Especialistas alertam sobre o impacto de fogos de artifício e música alta para pessoas autistas
Especialistas alertam sobre o impacto de fogos de artifício e música alta para pessoas autistas
Cora Fernandes 26 de dezembro de 2024 13:09

A chegada das festas de fim de ano é marcada por momentos de alegria e celebração, mas também pode trazer desafios significativos para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) devido ao impacto de fogos de artifício, música alta e outros barulhos.

 

Atento a essa realidade, o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), unidade do Governo de Goiás especializada no atendimento a pacientes com TEA, ressalta as preocupações de familiares e profissionais quanto ao desconforto auditivo frequentemente vivenciado nesse período festivo.

 

HIPERSENSIBILIDADE

Um dos fatores que contribuem para esse desconforto é a hipersensibilidade ou hiper-reatividade auditiva, um sintoma comum principalmente em pessoas com TEA. Essa condição é caracterizada por uma aversão exagerada a certos tipos de barulho, como fogos de artifício, música alta e conversas simultâneas, que podem desencadear reações intensas e comportamentos interferentes.

 

Para essas pessoas, os barulhos, que passam despercebidos ou são considerados normais pela maioria da população, podem causar desconforto extremo.

 

Entre as reações mais comuns estão: crises de choro, comportamentos autoagressivos e heteroagressividade, além de um sentimento geral de desregulação sensorial. Esses desafios reforçam a importância de entender e respeitar as necessidades sensoriais dessas pessoas, principalmente em épocas comemorativas.

 

ESTRATÉGIAS

A terapeuta ocupacional da Clínica Intelectual do Crer, Jackeline Karla Martins Bessa, destaca estratégias para minimizar os efeitos negativos de ambientes barulhentos em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

 

Entre as medidas recomendadas estão o uso de abafadores de ruído, a manutenção de uma rotina previsível, a criação de um “cantinho sensorial” acolhedor e a utilização de uma caixinha com objetos que auxiliem na regulação sensorial.

 

Além das adaptações individuais, Jackeline reforça a importância da conscientização comunitária. Evitar fogos de artifício, reduzir o volume de músicas e adotar uma postura acolhedora podem tornar os ambientes mais inclusivos. “Pequenas mudanças fazem toda a diferença”, ressalta a terapeuta.

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