Durante visita às instalações, o governador Ronaldo Caiado acompanhou os atendimentos iniciais e classificou o momento como a realização de um sonho. “Não tem nenhum hospital privado no país que dá as mesmas condições de atendimento e procedimentos que estamos dando às crianças, via SUS. Isso é inédito”, afirmou.

A primeira fase do hospital recebeu investimento de R$ 192,7 milhões em obras e R$ 63,2 milhões em equipamentos, todos oriundos do Tesouro Estadual. De acordo com o presidente da Fundação Pio XII, Henrique Prata, responsável pela gestão da unidade, parte dos recursos será devolvida aos cofres públicos. “Sobrou crédito de receita e estamos devolvendo para o Estado”, disse.

CONSTRUÇÃO ACELERADA

Segundo o governador, o hospital foi construído em tempo recorde. “Demorávamos 15 ou 20 anos para construir um hospital em Goiás. Esse foi feito em dois anos e um mês depois da terraplanagem”, destacou.

Com 60 leitos, sendo 48 de internação e 12 de observação, a estrutura conta com enfermarias, UTIs, quatro centros cirúrgicos, ambulatórios, setor de radiologia, pronto-socorro e outros 115 espaços de cuidado. O custeio mensal da ala pediátrica será de R$ 6 milhões.

Inspirado no Hospital de Amor, de Barretos (SP), o Cora foi projetado para atender aos padrões internacionais de qualidade. Entre os equipamentos de destaque está um aparelho de ressonância magnética com inteligência artificial, que reduz o tempo de exame e melhora a precisão dos diagnósticos.

A equipe de 275 profissionais começou a ser treinada em abril com apoio de especialistas do Hospital de Amor.

ACOLHIMENTO

Entre os primeiros pacientes está Sofia Garcez, de quatro anos, diagnosticada com neuroblastoma. Antes, ela precisava viajar com a família até Barretos. “Agora, ter aqui toda essa estrutura, sem ter que sair de casa, é um presente”, disse a mãe da criança, Flávia Garcez.

Outra paciente admitida é Jhennifer Louise Souza Camargo, de 12 anos, que chegou de Goianésia após diagnóstico de um tumor abdominal. “É um alívio conseguirmos essa vaga. Estou confiante de que vai dar tudo certo com a minha filha”, afirmou Naiara Pereira de Souza, mãe da adolescente.

PRÓXIMAS ETAPAS

Durante coletiva de imprensa, Caiado informou que ainda não há previsão para o início da segunda etapa nem para a conclusão total das obras. Segundo ele, o avanço nas próximas fases ficará a cargo do vice-governador.

“Não vou avançar nessa data, porque agora a minha etapa foi essa da criança. No dia 30 de março, eu passo o governo a Daniel Vilela e ele vai empreitar essa segunda etapa dessa construção. Mas temos muito mais condições de poder avançar sem tantas dificuldades quanto as que nós tivemos”, declarou o governador.

REFERÊNCIA NO CENTRO-OESTE

Segundo o secretário adjunto de Saúde de Goiás, Sergio Vencio, a admissão dos pacientes é feita via regulação. “Estamos em um contato muito próximo com o hospital de Barretos para, aos poucos, trazer os pacientes goianos para cá e queremos também dar oportunidade para pacientes com diagnóstico recente de câncer começarem o tratamento aqui”, explicou.

Localizado próximo ao Aeroporto Santa Genoveva e à BR-153, o Cora ocupa uma área de 177 mil m², doada pela União. A unidade será referência para atendimentos oncológicos ambulatoriais, clínicos e cirúrgicos de média e alta complexidade.